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domingo, 5 de abril de 2009

A Figueira que secou


“De manhã, ao voltar para a cidade, teve fome. E vendo uma figueira à beira do caminho, foi até ela, mas nada encontrou, senão folhas. E disse à figueira: Nunca mais produzas fruto! E a figueira secou no mesmo instante. Os discípulos, vendo isso, diziam, espantados: Como assim, a figueira secou de repente? Jesus respondeu: Em verdade vos digo: se tiverdes fé, sem duvidar, fareis não só o que fiz com a figueira, mas até mesmo se disserdes a este monte: ergue-te e lança-te ao mar, isso acontecerá. E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis”.

Mateus: 21:18-22


“No dia seguinte, quando saíam de Betânia, teve fome. Ao ver, à distância, uma figueira coberta de folhagem, foi ver se acharia algum fruto. Mas nada encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. Dirigindo-se à árvore, disse: Ninguém jamais coma do teu fruto. E os discípulos o ouviam. (...) Passando por ali pela manhã, viram a figueira seca até a raiz. Pedro se lembrou e disse-lhe: Rabi, olha a figueira que amaldiçoaste: secou. Jesus respondeu: Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: ergue-te e lança-te ao mar, e não duvidar no coração, mas crer que o que diz se realiza, assim lhe acontecerá. Por isso vos digo: tudo quanto suplicardes e pedirdes, crede que recebestes, e assim será para vós. E quando estiverdes orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-o, para que também o vosso Pai que está nos céus vos perdoe as vossas ofensas”.

Marcos 11:12-14 e 11:20-26

Questões para estudo


1. O que representa a figueira?

2. O que significa o fato de a figueira estar coberta de folhagem e, ainda assim, não dar frutos?

3. Por que a figueira foi amaldiçoada por Jesus se não era tempo de figos?

4. Por que os médiuns, espíritas ou não, deveriam ler e refletir com mais atenção sobre esta parábola?

Comentários de Allan Kardec

(de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX, itens 9 e 10)

A figueira que secou é o símbolo dos que apenas aparentam propensão para o bem, mas que, em realidade, nada de bom produzem; dos oradores que mais brilho têm do que solidez, cujas palavras trazem superficial verniz, de sorte que agradam aos ouvidos, sem que, entretanto, revelem, quando perscrutadas, algo de substancial para os corações. E de perguntar-se que proveito tiraram delas os que as escutaram.

Simboliza também todos aqueles que, tendo meios de ser úteis, não o são; todas as utopias, todos os sistemas ocos, todas as doutrinas carentes de base sólida. O que as mais das vezes falta é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que abala as fibras do coração, a fé, numa palavra. que transporta montanhas. São árvores cobertas de folhas porém, baldas de frutos.

Por isso é que Jesus as condena à esterilidade, porquanto dia virá em que se acharão secas até à raiz. Quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que nenhum bem para a Humanidade houverem produzido, cairão reduzidas a nada; que todos os homens deliberadamente inúteis, por não terem posto em ação os recursos que traziam consigo, serão tratados como a figueira que secou.

Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem, nestes últimos, a falta de órgãos materiais pelos quais transmitam suas instruções. Daí vem o serem dotados de faculdades para esse efeito. Nos tempos atuais, de renovação social, cabe-lhes uma missão especialíssima; são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; multiplicam-se em número, para que abunde o alimento; há-os por toda a parte, em todos os países em todas as classes da sociedade, entre os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demonstrado aos homens que todos são chamados.

Se, porém, eles desviam do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos sazonados dão maus frutos se se recusam a utilizá-la em beneficio dos outros, se nenhum proveito tiram dela para si mesmos, melhorando-se, são quais a figueira estéril. Deus lhes retirará um dom que se tornou inútil neles: a semente que não sabem fazer que frutifique, e consentirá que se tornem presas dos Espíritos maus.